Trecho do livro em que Benjamin se senta á mesa pela primeira vez com o desconhecido homem em que o acolhera em sua casa, na companhia de sua mãe Laiz e seu padrasto Márcio:
– Então – começou Laiz, pegando um dos bolinhos –, de onde se conhecem? Ben nunca me disse que tinha um amigo com o nome de Leandro – ao pronunciar tal nome, Laiz sentiu um leve calafrio.
– Internet – respondeu o jovem sem titubear. – Leandro e eu sempre nos falamos pela internet. Laiz assentiu.
– E você tem família, Leandro? – indagou, sempre colocando o nome dele em qualquer que fosse a frase.
Leandro se mexeu na cadeira, mastigando um bolinho de chuva e Ben sentiu. Em sua mente, uma voz bem conhecida ecoou. O jovem olhou para Leandro, mas sua boca só se mexia para mastigar.
“Não quero mentir para sua mãe”, disse a voz de Leandro em sua mente.
Ben ainda estava confuso. Lembrou então que Leandro disse que sabia o que tentava esconder de si mesmo. As dores de perdas de entes queridos, dores relacionadas ao dia a dia, mas o poder de Leandro estava se expandindo. Ele conseguia alem de ouvir os pensamentos do jovem, falar através deles.
Na mesma hora, Ben olhou para seu padrasto. Sim, com Leandro ao seu lado, poderia desvendar qualquer pensamento de Márcio, extrair qualquer coisa e jogar contra ele mesmo. Parecia que o jovem queria entrar na mente do padrasto, seu olhar fixo acima dos olhos dele. Sim, Benjamin poderia até mesmo quem sabe, desvendar de uma vez por outras se Márcio era o responsável pelo aci...
Leandro interrompeu seus pensamentos ao lançar um olhar de desaprovação e soar sua voz novamente na cabeça dele:
“Não é o momento”.
– Olá – chamou Laiz estalando os dedos –, vocês estão bem? – Benjamin piscou forte e olhos ao se virar para sua mãe.
“Como quiser, Leandro, não precisamos mentir, mas pelo menos não quero que você conte nada na presença do Márcio”, disse fixando suas forças nas palavras dentro de sua mente, na esperança que chegasse até Leandro.
O homem assentiu de leve com a cabeça e virou para Laiz.
– Sou sozinho. Tenho alguns amigos em alguns lugares, perdi minha familia há um tempo que não sei ao certo – Laiz e Márcio devoravam cada palavra com tamanha atenção que surpreendeu ate mesmo Ben, que, quando deu por si, também estava devorando. – Moro em um lugar distante e sossegado, uma casinha simples que um dia, se me permitir – disse, olhando para Laiz – levar seu filho para conhecer, será muito bem vindo, assim como estou sendo aqui – Márcio abaixou a cabeça. Devia estar ainda se lamentando da sua grosseira atitude de boas vindas. – É bom saber que ainda existem nesse mundo, pessoas com as quais podemos confiar.
Laiz ficara sem palavras e Márcio, desconcertado. Porém, Leandro, ainda tentado por aqueles bolinhos voltou a se servir, deixando os dois em pensamentos com os quais, ele não se atreveu a se intrometer.
“Como me saí?”, a voz de Leandro novamente ecoou na mente do jovem, mas agora Ben parecia estar mais preparado e não se assustou.
“Quando recobrar a memória, não me venha falar que era político”.
A série "O Guerreiro das Estrelas" é uma obra cujo direitos autorais pertencem a Flávio Galindo, nascido em 07/05/1989 na cidade de Osasco, na grande São Paulo.
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